quero
escrever-me de homens
quero
calçar-me de terra
quero sera estrada marinha
que prossegue depois do último caminho
*
e quando ficar sem mim
não terei escrito
senão por vós
irmãos de um sonho
por vós
que não sereis derrotados
*
deixoa paciência dos rios
a idade dos livros
*
mas não levo
mapa nem bússola
porque andei sempre
sobre meus pé
se doeu-me
às vezes
viver
hei-de inventar
um verso que vos faça justiça
*
por ora
basta-me o arco-íris
*
em que vos sonho
basta-te saber que morreis demasiado
por viver de de menos
mas que permaneceis sem preço
*
companheiros
*
Mia Couto