...

Às vezes eu acho que esses lugares não existem como nas historias infantis ou como uma miragem que só existe quando a gente esta lá, porque quando a gente vai embora esse lugar desaparece.







28.3.10

Lugar II

Chão áspero
Moinho em movimento contrário
Catinga e uma estrada de horizonte
Na cabeça a cabaça
No pé a pele grossa
O vento em brisa banhou
E o sol anunciou luz lá em Pilão Arcado
Um galo rouco canta e uma galinha cega manca
Terreiro grande cercado de Aroeira e Jurema
Um pé de cola outro de siriguela
Limoeiro sem cor
Resina de angico só depois do jantar
Mocanã no colar
Água barrenta lá no barreio
Macaxeira lá na casa de farinha
Maniçoba no chiqueiro de cabras
A floresta de palmas
O céu de estrelas
E o quadro na sala não quer dizer nada.

Rocha.

AvessO>OssevA


Rocha.

21.3.10


Tenho em mim a fome, a sede e o calor do meu antepassado.

*Imagem: minha bisavó, Maria Arlinda dos Reis. (1914 - 2008)

17.3.10

Lugar I

... Logo ali, depois de tudo, precisamente na encantada rua sem saída fica a casa gigante de paredes tortas, na garagem tem o luxuoso fusca branco, a escada tem os degraus curtos e as plantinhas azedinhas, na sala tem a estante de vidro com os elefantes coloridos e o sofá tem o cheiro da , na porta tem o entrando com suspiros e outros doces, na cozinha têm a geladeira azul e a groselha gelada (que outra vez manchou a camiseta da escola), tem os copos da casa e os de visita, os pratos também, assim são com as colheres, a toalha de mesa e as cores dos tapetes no banheiro (eu gostos das “coisas de visita” são mais bonitas). Nos fundos tem um quintal e um pé de chuchu, têm insetos, objetos que ninguém usa e bem ali tem eu com uma bermuda verde sentado no chão com um caracol apertando na mão.

Rocha.